Pesquisar

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vai comprar um carro usado? Fique atento para não cair em cilada!

Comprar um carro zero Km é o sonho de muitas pessoas, mas, nem sempre o valor do veículo cabe no bolso do cliente, principalmente, depois do retorno do Imposto sobre Produtos Industrializados- IPI, em janeiro, e da obrigatoriedade de Airbag e freios ABS que impactaram no custo final dos veículos, gerando um aumento nos valores dos modelos novos.
Essa alta nos preços tem levado uma boa parte dos consumidores a optarem pelos carros usados. Segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), divulgados no Portal iG,  nos primeiros quatro meses de 2014, foram vendidas 2.567 milhões de unidades – 5,8% a mais que no ano passado.
Especialistas no assunto entendem que comprar um carro usado no cenário atual pode ser bastante vantajoso. Entretanto, esse tipo de aquisição exige alguns cuidados, uma vez que é muito difícil para quem não entende de mecânica de automóvel perceber possíveis problemas que podem onerar bastante investimento inicial e dar muita dor de cabeça ao comprador.
Sendo assim, relacionamos 06 dicas importantes para você que vai comprar um carro usado possa aproveitar só os benefícios dessa compra.
Confira as dicas:
carro2
1 – Prefira comprar carros de amigos e/ou pessoas conhecidas, quanto mais próximas forem, menor será o risco. As concessionárias São uma boa opção. Normalmente, são lojas grandes, vinculadas a montadoras e com uma reputação a zelar. Mas, apesar de mais segura, essa alternativa é menos econômica.
Existem também os carros vendidos nas lojas sem bandeira ou de locadoras, que têm preços mais em conta, porém mais elevado grau de risco do que as duas primeiras opções.
Vale lembrar que, no caso de compra e venda entre pessoas física, qualquer problema que não for resolvido entre as partes, só poderá ser solucionado na justiça comum. Pois a pessoa que vende o carro não é considerada fornecedor conforme definição do CDC. Sendo assim, a luz do código, não há uma relação de consumo e você não poderá  recorrer aos órgãos de defesa do consumidor.
2 – Faça um test drive antes de comprá-lo, apesar de não garantir a segurança na hora da compra, pode ajudar a verificar problemas de fácil percepção como travamento, ruído estranho no motor, freio muito baixo ou fazendo barulho ao frear, entre outros.
3 – Verifique a pintura. Diferenças de tonalidade na pintura da lataria pode ser indício de que carro tenha sofrido algum tipo de acidente.
4 – Fique atento à autenticidade dos documentos, algumas concessionárias já fazem essa verificação. Cheque se o número do chassi gravado em vários lugares no veículo, próximo ao motor, no vidro ou outros locais é a mesma que consta no certificado de propriedade do veículo. Os números e letras da plaqueta de identificação devem estar alinhados, com espaçamentos regulares e contornos uniformes.
Você pode também entrar no site do Detran da sua cidade e verificar se a placa é original.
O Ministério da Justiça tem um aplicativo para Smartphones que ao digitar o número da placa do veículo, ele identifica se o mesmo é roubado ou não. Confira aqui o aplicativo!
5 – Se estiver interessado em comprar um carro de uma pessoa física desconhecida, verifique com o proprietário a possibilidade de levar um mecânico de sua confiança para que ele faça uma avaliação no veículo;
6 – Examine a conservação geral do veículo. Faça uma revisão geral, olhe bancos, vidros, ar-condicionado, rodas, painel, teto, porta malas etc.
Fique atento às dicas!  Elas não garantem 100% de segurança na compra de veículos usados, mas podem minimizar os problemas mais recorrentes.

Ibedec Goiás orienta consumidor que deseja comprar imóvel em Feirão da Caixa

Começa amanhã, dia 16 de maio, e segue até domingo (18), em Aparecida de Goiânia, o Feirão do Imóvel SecoviGoiás/10º Feirão Caixa da Casa Própria, que pretende fomentar as vendas de casas e apartamentos financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). 

Ao todo, a Caixa Econômica Federal (CEF) espera alcançar R$ 155 bilhões em concessões de crédito imobiliário neste ano, em relação aos quase R$ 135 bilhões de 2013, segundo o presidente da instituição financeira, Jorge Hereda, durante discurso de abertura do Feirão, em São Paulo.

O problema é que o “mar de rosas” mostrado nas propagandas oficiais só existe na TV. Assim como os planos de saúde, que trazem crianças alegres e saltitantes, os comerciais de financiamento da casa própria mostram apenas pessoas com seus sonhos realizados.

Os milhões de processos, no entanto, que tramitam no Poder Judiciário, além das reclamações e problemas relatados aos Procons e nos escritórios do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) em todo o Brasil, comprovam que a realidade é bem diferente e que o sonho da casa própria pode virar um grande pesadelo quase interminável.

São muitos problemas relacionados a financiamentos negados, imóveis danificados, cobrança de taxas de condomínio em atraso, imóveis ocupados e até atraso na entrega de imóveis em construção.

Para evitar estas dores de cabeça e tentar fazer com que o sonho vire realidade, o Presidente do Ibedec Goiás, Wilson Cesar Rascovit, elaborou um Guia Rápido de Consulta para os candidatos à compra de imóveis nos “feirões”:

1) Pesquise o preço do imóvel - Procure avaliar outros imóveis à venda no mesmo prédio ou conjunto, para saber o valor de mercado. Também vale pesquisar junto a imobiliárias e corretores quanto ao preço médio do metro quadrado na região. Para fazer um bom negócio, é preciso saber o valor médio de outros imóveis com as mesmas características do que você pretende comprar e já determinar o valor máximo que você pretende pagar pelo imóvel.
2) Pesquise as taxas de juros – Não é somente a Caixa que faz financiamentos para habitação. Todos os bancos do país fazem. E a taxa de juros varia conforme sua renda, o valor do imóvel e o valor do financiamento. Pesquise e faça simulações em todos os bancos para encontrar a melhor taxa. Fique atento ao CET, que é o Custo Efetivo Total do Financiamento, um percentual que mostra quanto o financiamento vai custar incluindo todas as taxas administrativas e tributos cobrados pelo banco. Nem sempre a menor taxa de juros é o melhor negócio. Para ajudar na pesquisa, a internet é uma grande ferramenta, pois todos os bancos têm simuladores on-line.

3) Imóvel ocupado – A maior fonte de problemas é quando o imóvel está ocupado. Procure a informação no Edital ou nos prospectos de venda. Se estiver ocupado, o primeiro conselho é que você não efetue a compra. Se mesmo assim você ainda estiver determinado a arriscar fazer um bom negócio, seu primeiro passo é fazer uma visita ao imóvel e tentar conversar com o ocupante sobre a situação dele e se o mesmo vai ou não desocupar o imóvel amigavelmente. Se houver uma pré-disposição para a briga por parte do ocupante, desista da compra, pois o processo de retirada Judicial é bem demorado e pode até não acontecer. Além disto, lembre-se que existem custas judiciais e honorários de advogados, caso necessite entrar na Justiça.
4) Conheça o imóvel por dentro e faça uma vistoria detalhada, antes de fechar negócio É muito comum, principalmente em imóveis ocupados, que ao tomar posse do imóvel o comprador se depare com luminárias, armários, torneiras e até partes de gesso arrancadas e que constavam quando da primeira visita. Então o caminho para poder reclamar prejuízos, é fazer uma vistoria detalhada do imóvel que lhe foi prometido e colher a assinatura da empresa que está vendendo. Isto vale como prova para reclamações na Justiça e é obrigação do comprador repor os itens faltantes ou indenizar o comprador em dinheiro.
5) Guarde todos os panfletos, anúncios e escritos feitos pelos vendedores – Na Justiça tudo vale como prova e o que é prometido vincula o fornecedor a cumpri-lo. Então tudo que for objeto da negociação faça constar na proposta de compra, inclusive prazos, taxas de juros, metragem do imóvel e outras despesas.
6) Proposta de compra com dependência de financiamento – Não é possível a nenhum vendedor prometer a aprovação de financiamento, porque tal aprovação dependerá do preço do imóvel, sua renda, valor da entrada, valor financiado e regularidade do seu cadastro. Se você depende de financiamento para comprar o imóvel, não assine nenhum documento antes de verificar se seu crédito está aprovado. Caso o vendedor lhe empurre um “pedido de reserva de imóvel” ou peça para você deixar um “cheque caução”, com a promessa de que se o financiamento não for aprovado o negócio está desfeito sem qualquer custo, não vacile, exija tal compromisso por escrito, que pode ser até por uma simples frase colocada nesta proposta: “Em caso de não aprovação do meu financiamento, serei ressarcido imediatamente do que desembolsei de sinal ou do meu cheque caução, não ficarei obrigado a pagar nenhuma taxa e devolução será no ato de minha solicitação”. Se não tomar estes cuidados, é certeza de que terá que recorrer à Justiça caso tenha o financiamento negado, pois a maioria das empresas cobra multa.
7) Dívidas e condomínio – Se o imóvel que você vai comprar está pronto, novo ou usado, procure se certificar de que não há outras dívidas pendentes, como condomínio e IPTU. São dívidas de responsabilidade do antigo proprietário, que deverão ser quitadas pelo banco ou pelo vendedor do imóvel, mas que se não estiverem pagas vai ter o imóvel como garantia e a execução vai correr contra o atual proprietário, que então terá que recorrer a Justiça para receber este dinheiro do vendedor. É de suma importância que esta obrigação conste na proposta de compra ou no contrato, inclusive prevendo a possibilidade de reter os pagamentos ao vendedor enquanto houver pendências.
8) Prazo do financiamentoQuanto maior o prazo do contrato, mais juros você pagará pelo imóvel. Se a taxa for de 10% ao ano, por exemplo, a cada 10 anos de financiamento, você paga o valor de mercado de um imóvel só de juros, além de correção monetária e o valor do próprio financiamento. Portanto, ao financiar um imóvel em 30 anos, você pagará 4,5 vezes o valor de mercado do imóvel, entre juros, capital e correção monetária. Ao financiar em 20 anos, você pagará 3,5 vezes o valor de mercado do imóvel. Sabendo disto, procure comprar o menor imóvel dentro de suas necessidades atuais, dê o máximo de entrada possível, e financie pelo menor prazo dentro de sua capacidade de pagamento. Lembre-se que se atrasarem três parcelas, seu imóvel será levado a leilão, você perderá tudo que pagou e pode ainda ser surpreendido com uma dívida resultante do valor de venda do imóvel ser inferior ao valor do saldo devedor do financiamento.
9) Composição de renda – É comum pais e filhos ou irmãos ou cunhados e até amigos se unirem para compor a renda necessária para conseguir o financiamento. Só que as pessoas tem que lembrar que ficarão obrigadas pelo pagamento da dívida até o final, além do fato que sua renda estará comprometida para fins de financiar outro imóvel no futuro. Imagine dois irmãos solteiros que financiem um imóvel compondo renda. Se um casar e quiser comprar outro imóvel financiado, sua renda terá que ser suficiente para pagar as obrigações dos dois imóveis, ou o banco não liberará seu crédito. Portanto, antes de compor a renda com outras pessoas, pense bem no tamanho do vínculo e da confiança que vocês terão por muitos e muitos anos. 
10) Comprometimento de renda – Não comprometa mais de 15% de sua renda com o pagamento da primeira parcela do financiamento, e não  caia na tentação de comprometer 30% conforme muitos bancos orientam. Este cuidado é fundamental para você conseguir honrar todas as parcelas do financiamento sem dificuldades. Lembre-se que o prazo é muito longo, dificuldades e crises acontecem sempre e com todos, e comprometer menos seu salário é caminho certo para não haver surpresas desagradáveis no futuro.
11) Despesas da compra – Escolhido o imóvel e aprovado o financiamento, lembre-se que há despesas de escritura e ITBI para registrar a transação em cartório. Estes custos podem chegar a 3% do valor de mercado atual do imóvel, portanto, ou você tem que ter esta reserva em dinheiro, ou precisa já incluir estes custos no financiamento. É uma despesa à vista e sem o seu pagamento o negócio não se realiza.
12) Despachante imobiliário – É comum a utilização de despachante imobiliário, com taxas muitas vezes até fixa nos contratos de venda. Saiba que esta despesa não é obrigatória, a intervenção deste profissional não é necessária, e você mesmo pode fazer todos os procedimentos burocráticos, o que pode lhe tomar tempo, mas economizará cerca de R$ 500,00 a  R$ 1.000,00 com esta despesa.
Rascovit ainda lembra que “estas são algumas dicas, dentre dezenas de problemas que podem acontecer na compra de um imóvel. Na dúvida sobre qualquer situação, procure o Ibedec ou o Procon e oriente-se!
O Ibedec Goiás disponibiliza uma publicação no site www.ibedecgo.org.br - a Cartilha do Consumidor – Especial Construtoras -, que enfoca estes entre outros problemas na compra de imóveis novos e usados. O download é gratuito.
Por Marjorie Avelar - Assessora de Comunicação do Ibedec Goiás