A maioria das pessoas que usa cheques faz isso
automaticamente. Ninguém pode lhe obrigar a colocar telefone e endereço atrás
do cheque. Se o comerciante quiser, peça para ele fazer um cadastro seu, mas
colocar seus dados atrás do cheque, não! Não somente por causa de roubos, mas
há muita gente que troca seu cheque com outras pessoas e você nem desconfia
qual a procedência delas.
O delegado Maurício Guimarães Soares, titular da Delegacia
Anti-Sequestros de São Paulo durante uma palestra na Amcham-SP sobre violência e
medidas preventivas de segurança que podem ser adotadas, diz que os perfis
de uma vítima e do sequestrador mudaram. Há casos de sequestros com pedidos de
resgate que variam de R$ 3 mil a R$ 3 milhões.
A prevenção, acrescenta, implica
em mudança de comportamento. Vale observar alguns itens, tais como: saber o que está
acontecendo; conscientizar-se que pode acontecer com você; adotar medidas para
minimizar riscos.
Soares citou algumas medidas que devem ser incorporadas no
dia a dia:
1) Não anotar telefone residencial no verso de cheques,
especialmente em postos de gasolina. No caso de assalto ao posto, as
informações pessoais podem ser usadas para ameaças, especialmente contra
mulheres. Anote sempre o telefone comercial;
2) Não exibir "currículo" no carro, como: adesivo
de Faculdade, do Condomínio onde reside e adesivos como: "Eu amo
Ubatuba", da academia de ginástica, etc. Um extorsionário deduz desses
sinais à vida de pessoa e os usa para fazer ameaças;
3) Evitar compras por telefone ou Internet fornecendo o
número do Cartão de Crédito. Peça boleto bancário;
4) O ladrão prefere pessoas desatentas, aproveita-se do
elemento surpresa;
5) O objetivo do ladrão é patrimonial e não pessoal. Ele
escolhe as vítimas pelo fator comportamental (fato comprovado após entrevistas
com vítimas e com marginais;
6) Jamais reagir. Isso só dá certo em filmes. O elemento
surpresa é favorável ao bandido, que nunca está sozinho e não tem nada a
perder;
7) Manter distância segura do carro da frente, para poder
sair numa só manobra, sem bater. Distância segura é poder enxergar pelo menos
parte do pneu do carro da frente;
8) O risco de morrer em roubo no sinal de trânsito
absurdamente maior do que num sequestro. Nessa situação, mantenha as mãos no
volante e tente comunicar-se, indicando claramente o que vai fazer, por ex: Se
for tirar o cinto: - Vou tirar o cinto com esta mão, posso? Se pedir a carteira:
a carteira está no bolso de trás (ou dentro da bolsa), posso pegar?
9) À noite, calcule tempo e velocidade para evitar parar num
sinal vermelho. Não há registro de assalto com carro em movimento.
Fonte: JusNotícias (editado por Marjorie Avelar)